CULTO DE MARIA
1 Culto de Maria no ano
litúrgico
“Ao celebrar o ciclo anual dos mistérios de Cristo, a santa
Igreja venera com particular amor a bem-aventurada mãe de Deus, Maria,
que por um vínculo indissolúvel está unida à obra salvífica de seu Filho; em
Maria a Igreja admira e exalta o mais excelente fruto da redenção e a contempla
com alegria como puríssima imagem do que ela própria anseia e espera ser em sua
totalidade.”
À oferenda de Cristo
unem-se não somente os membros que estão ainda na terra, mas também os que já
estão na glória do céu: é em comunhão com a
santíssima Virgem Maria e fazendo memória dela, assim como de todos
os santos e santas, que a Igreja oferece o Sacrifício Eucarístico. Na Eucaristia, a Igreja, com Maria, está como que ao pé da
cruz, unida à oferta e à intercessão de Cristo.
2 Fé em de Maria fundada na
fé em Cristo
O que a fé católica crê acerca de Maria
funda-se no que ela crê acerca de Cristo, mas o que
a fé ensina sobre Maria ilumina, por sua vez, sua fé em Cristo.
3 Festividades litúrgicas de
Maria
§ 2042 O primeiro
mandamento da Igreja ("Participar da missa
inteira nos domingos e outras festas de guarda
e abster-se de ocupações de trabalho") ordena aos fiéis que santifiquem o
dia em que se comemora a ressurreição do Senhor e as festas litúrgicas em honra
dos mistérios do Senhor, da santíssima Virgem Maria
e dos santos, em primeiro lugar participando da celebração
eucarística, em que se reúne a comunidade cristã, e se abstendo de trabalhos e
negócios que possam impedir tal santificação desses dias.
O segundo
mandamento ("Confessar-se ao menos uma vez por ano") assegura a
preparação para a Eucaristia pela recepção do sacramento da Reconciliação, que
continua a obra de conversão e perdão do Batismo.
O terceiro
mandamento ("Receber o sacramento da Eucaristia ao menos pela Páscoa da
ressurreição") garante um mínimo na recepção do Corpo e do Sangue do
Senhor em ligação com as festas pascais, origem e centro da Liturgia Cristã.
§ 2177 A celebração
dominical do Dia e da Eucaristia do Senhor está no coração da vida da Igreja.
"O domingo, dia em que por tradição apostólica se celebra o Mistério
Pascal, deve ser guardado em toda a Igreja como dia de festa de preceito por
excelência."
"Devem ser guardados igualmente o dia do Natal de
Nosso Senhor Jesus Cristo, da Epifania, da Ascensão e do Santíssimo Corpo e
Sangue de Cristo, de Santa Maria, Mãe de Deus, de
sua Imaculada Conceição e Assunção, de São José, dos Santos
Apóstolos Pedro e Paulo e, por fim, de Todos os Santos."
4 Oração a Maria
A partir dessa
cooperação singular de Maria com a ação do Espírito
Santo, as Igrejas desenvolveram a oração à santa Mãe de Deus, centrando-a na Pessoa de Cristo manifestada em seus
mistérios. Nos inúmeros hinos e antífonas que exprimem essa oração,
alternam-se geralmente dois movimentos: um "exalta" o Senhor pelas "grandes coisas" que fez para sua
humilde serva e, por meio dela, por todos os seres humanos; o outro confia à Mãe de Jesus as súplicas e louvores dos
filhos de Deus, pois ela conhece agora humanidade que nela é
desposada pelo Filho de Deus.
Esse duplo movimento
da oração a Maria encontrou uma expressão
privilegiada na oração da Ave-Maria:
"Ave, Maria (alegra-te,
Maria)." A saudação do anjo Gabriel abre a oração da Ave-Maria.
E o próprio Deus que, por intermédio de seu anjo, saúda Maria. Nossa oração
ousa retomar a saudação de Maria com o olhar que Deus lançou sobre sua humilde
serva,
alegrando-nos com a mesma alegria que Deus encontra nela.
"Cheia de graça, o Senhor é
convosco." As duas palavras de saudação do anjo se esclarecem mutuamente.
Maria é cheia de graça porque o Senhor está com ela. A graça com que ela é
cumulada é a presença daquele que é a fonte de toda graça. "Alegra-te,
filha de Jerusalém... o Senhor está no meio de ti" (Sf 3,14.17a). Maria,
em quem vem habitar o próprio Senhor, é em pessoa a filha de Sião, a Arca da
Aliança, o lugar onde reside a glória do Senhor: ela é "a morada de Deus
entre os homens" (Ap 21,3). "Cheia de graça", e toda dedicada
àquele que nela vem habitar e que ela vai dar ao mundo.
"Bendita sois vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do
vosso ventre, Jesus." Depois da saudação do anjo, tornamos nossa a palavra
de Isabel. "Repleta do Espírito Santo" (Lc 1,41), Isabel é a primeira
na longa série das gerações que declaram Maria bem-aventurada': "Feliz
aquela que creu..." (Lc 1,45): Maria é "bendita entre as
mulheres" porque acreditou na realização da palavra do Senhor. Abraão, por
sua fé, se tomou uma bênção para "todas as nações da terra" (Gn
12,3). Por sua fé, Maria se tomou a mãe dos que crêem, porque, graças a ela,
todas as nações da terra recebem Aquele que é a própria bênção de Deus:
"Bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus".
"Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós..."
Com Isabel também nós nos admiramos: "Donde me vem que a mãe de meu Senhor
me visite?" (Lc 1,43). Porque nos dá Jesus, seu filho, Maria é Mãe de Deus
e nossa Mãe; podemos lhe confiar todos os nossos cuidados e pedidos: ela reza
por nós como rezou por si mesma: "Faça-se em mim segundo a tua
palavra" (Lc 1,38). Confiando-nos à sua oração, abandonamo-nos com ela à
vontade de Deus: "Seja feita a vossa vontade".
"Rogai por nós, pecadores, agora e
na hora de nossa morte." Pedindo a Maria que reze por nós,
reconhecemo-nos como pobres pecadores e nos dirigimos à "Mãe de misericórdia",
à Toda Santa. Entregamo-nos a ela "agora", no hoje de nossas vidas. E
nossa confiança aumenta para desde já entregar em suas mãos "a hora de
nossa morte". Que ela esteja então presente, como na morte na Cruz de seu
Filho, e que na hora de nossa passagem ela nos acolha como nossa Mãe, para
nos conduzir a seu Filho, Jesus, no Paraíso.
A piedade medieval do Ocidente desenvolveu a oração do
Rosário como alternativa popular à Oração das Horas. No Oriente, a
forma litânica da oração "Acatisto" e da Paráclise ficou mais próxima
do ofício coral nas Igrejas bizantinas, ao passo que as tradições armênia,
copta e siríaca preferiram os hinos e os cânticos populares à Mãe de Deus. Mas
na Ave-Maria, nos "theotokia", nos hinos de Sto. Efrém ou de S.
Gregório de Narek, a tradição da oração é fundamentalmente a mesma.
Maria é a Orante perfeita,
figura da Igreja. Quando rezamos a ela, aderimos com ela ao plano do Pai, que
envia seu Filho para salvar todos os homens. Como o discípulo bem-amado,
acolhemos em nossa casa a Mãe
de Jesus, que se tornou a mãe de todos os vivos.
Podemos rezar com ela e a ela. A oração da Igreja é acompanhada pela
oração de Maria, que lhe está unida na esperança.
5 Respeito ao nome de Maria
O segundo mandamento proíbe o abuso do nome de Deus, isto é, todo uso inconveniente do nome de Deus, de Jesus Cristo, da Virgem Maria
e de todos os santos.
6 Veneração e não adoração
"Todas as gerações me chamarão bem-aventurada"
(Lc 1,48): "A piedade da Igreja para com a Santíssima Virgem é intrínseca
ao culto cristão". A Santíssima Virgem "é legitimamente honrada
com um culto especial pela Igreja. Com efeito desde remotíssimos
tempos, a bem-aventurada Virgem é venerada sob o
título de 'Mãe de Deus', sob cuja proteção os fiéis se refugiam
suplicantes em todos os seus perigos e necessidades (...) Este culto (...) embora
inteiramente singular, difere essencialmente do culto de adoração que se presta
ao Verbo encanado e igualmente ao Pai e ao Espírito Santo, mas o
favorece poderosamente"; este culto encontra sua expressão
nas festas litúrgicas dedicadas à Mãe de Deus e na oração Mariana, tal como o Santo Rosário, "resumo de todo o Evangelho".
Fonte: www.catecismo-az.tripod.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário