Cristo só fundou uma única Igreja...
Diz Cristo: "Sobre esta pedra edificarei a minha Igreja" (Mt 16,18).
“Se não escutar a Igreja, seja ele para ti como gentio e publicano" (Mt
18,17). Cristo fala de um único rebanho e de um só pastor (Jo 10,16),
de uma única videira (Jo 15), do reino dos céus na terra (Mt 13,24.47).
Os Apóstolos falam de uma única Igreja, que Cristo amou e pela qual se
entregou (Ef 5, 25.27.32), de um único corpo de Cristo (l Cor 12,20; Cl
1,18), de uma só esposa (Ap 21,9). Os coríntios se tinham dividido em
partidos. São Paulo exclama: "Estará por ventura Cristo dividido?" (l
Cor 1,13).
Comenta Clemente de Alexandria: "Há um só Pai de todos, um único Verbo
para todos e um só Espírito Santo que está em toda parte. E há,
outrossim, uma só e única virgem mãe que eu chamo a Igreja".
A Igreja de Cristo é a Igreja Católica.
Jesus Cristo, Nosso Salvador, fundou apenas uma Igreja, não várias,
como é desejo dos hereges. Ele fundou a Igreja Católica Apostólica
Romana: "Cabe ao Filho realizar, na plenitude dos tempos, o plano de
salvação de seu Pai. este é o motivo de sua missão. O Senhor Jesus
iniciou sua Igreja pregando a Boa Nova, isto e, o advento do Reino de
Deus prometido nas Escrituras havia séculos" (Catecismo da Igreja
Católica, 763).
Os pastores evangélicos, em geral, costumam apontar o dedo para o
próprio peito dizendo serem eles a "pedra" sobre a qual Cristo Jesus
fundou a Sua Igreja; outros bem mais "cultos" e "místicos", dizem que a
"Igreja" está dentro do coração, e aquele que "aceitar" Jesus, pertence
à Igreja de Nosso Senhor.
São Cipriano que não era herege, ambicioso nem enganador diz: "Cristo
edifica a Igreja sobre Pedro. Encarrega-o de apascentar-lhe as ovelhas.
A Pedro é entregue o primado para que seja uma Igreja e uma cátedra de
Cristo. Quem abandona a cátedra de Pedro, sobre a qual foi fundada a
Igreja, não pode pensar em pertencer à Igreja de Cristo" (De un. Eccl.
cap. IV), e: "Pedro é o vértice, o chefe dos Apóstolos" (I Concílio de
Nicéia).
Por mais que os hereges gritem, apontem o dedo e mentem, não dá para
enganar aquele católico bem instruído; só escorregam em suas salivas,
aqueles que se dizem católicos e que vivem às margens da Igreja: Quando
Jesus Cristo diz: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei A MINHA
IGREJA, e as portas do inferno não prevalecerão contra ELA” (Mt 16, 18)
a que Igreja se refere? Não é ao Protestantismo, nem a nenhuma Igreja
protestante em particular, porque as Igrejas protestantes só começaram
a existir no século XVI.
Refere-se, sem dúvida alguma, à IGREJA CATÓLICA; é fácil demonstrá-lo.
Logo nos inícios da Igreja, os seguidores de Cristo foram designados
com o nome de cristãos. Assim podiam distinguir-se dos filósofos pagãos
e dos judeus ou seguidores da sinagoga. Este nome de cristãos como se
sabe, já vem na própria Bíblia, e tal denominação começou em Antioquia:
“em Antioquia é que foram os discípulos denominados CRISTÃOS, pela
primeira vez” (At 11, 26), “Então Agripa disse a Paulo: Por pouco me
não persuade a fazer-me CRISTÃO” (At 26, 28). “Se padece como CRISTÃO,
não se envergonhe; mas glorifique a Deus neste nome” (1Pd 4, 16).
Aconteceu, porém que, tão logo a Igreja começou a propagar-se,
começaram a aparecer os hereges, seguindo doutrinas diversas daquela
que tinha sido recebida dos Apóstolos, mas tomando o nome de cristãos,
pois também criam em Cristo e d’Ele se diziam discípulos. Era preciso,
portanto, um novo nome para designar a verdadeira Igreja,
distinguindo-a dos hereges. E desde tempos antiquíssimos, desde os
tempos dos Apóstolos, a Igreja começou a ser designada como IGREJA
CATÓLICA, isto é, UNIVERSAL, a Igreja que está espalhada por toda a
parte, para diferençá-la dos hereges, pertencentes à igrejinhas
isoladas que existiam aqui e acolá. Assim é que já Santo Inácio de
Antioquia, que foi contemporâneo dos Apóstolos, pois nasceu mais ou
menos no ano 35 da era cristã e, segundo Eusébio de Cesaréia no seu
Chrónicon, foi bispo de Antioquia, entre os anos 70 e 107, já Santo
Inácio nos fala abertamente da Igreja Católica, na sua Epístola aos
Esmirnenses: “Onde comparecer o Bispo, aí esteja a multidão, do mesmo
modo que, onde estiver Jesus Cristo, aí está a IGREJA CATÓLICA”
(Epístola aos Esmirnenses c 8, 2).
Outro contemporâneo dos Apóstolos foi São Policarpo, bispo de Esmirna,
que nasceu no ano 69 e foi discípulo de São João Evangelista. Quando
São Policarpo recebeu a palma do martírio, a Igreja de Esmirna escreveu
uma carta que é assim endereçada: “A Igreja de Deus que peregrina em
Esmirna à Igreja de Deus que peregrina em Filomélio e a todas as
paróquias da IGREJA SANTA E CATÓLICA em todo o mundo”. Nessa mesma
Epístola se fala de uma oração feita por São Policarpo, na qual ele
“fez menção de todos quantos em sua vida tiveram trato com ele,
pequenos e grandes, ilustres e humildes, e especialmente de toda a
IGREJA CATÓLICA, espalhada por toda a terra” (c. 8).
O Fragmento Muratoriano que é uma lista feita no segundo século, dos
livros do Cânon do Novo Testamento fala em livros apócrifos que “não
podem ser recebidos na IGREJA CATÓLICA”.
São Clemente de Alexandria (também do século segundo) responde à
objeção dos infiéis que perguntam: “como se pode crer, se há tanta
divergência de heresias, e assim a própria verdade nos distrai e
fatiga, pois outros estabelecem outros dogmas?” Depois de mostrar
vários sinais pelos quais se distingue das heresias a verdadeira
Igreja, assim conclui São Clemente: “Não só pela essência, mas também
pela opinião, pelo princípio pela excelência, só há uma Igreja antiga e
é a IGREJA CATÓLICA. Das heresias, umas se chamam pelo nome de um
homem, como as que são chamadas por Valentino, Marcião e Basílides;
outras, pelo lugar donde vieram, como os Peráticos; outras do povo,
como a heresia dos Frígios; outras, de alguma operação, como os
Encratistas; outras, de seus próprios ensino, como os Docetas e
Hematistas". (Stromata 1.7. c. 15). O mesmo argumento podemos formular
hoje. Há uma só Igreja que vem do princípio: é a IGREJA CATÓLICA. As
seitas protestantes, umas são chamadas pelos nomes dos homens que as
fundaram, ou cujas opiniões seguem, como: Luteranos (de Lutero),
Calvinistas (de Calvino), Zuinglianos (de Zuínglio), etc. Outras, do
lugar donde vieram: Igreja Livre Evangélica Sueca, Irmão de Plymouth;
Outras, de um povo: Anglicanos (da Inglaterra), Irmãos Moravos (da
Morávia);
No
século III, Firmiliano, bispo de Capadócia, diz assim: “Há uma só
esposa de Cristo que é a IGREJA CATÓLICA” (Ep. De Firmiliano nº 14).
Na história do martírio de São Piônio (morto em 251) se lê que Polemon o interroga:
— Como és chamado?
— Cristão.
— De que igreja?
— Católica (Ruinart. Acta martyrum pág. 122 nº 9).
São Frutuoso, martirizado no ano 259, diz: é necessário que eu tenha em
mente a IGREJA CATÓLICA, difundida desde o Oriente até o Ocidente”
(Ruinart. Acta martyrum pág 192 nº 3).
Lactâncio, convertido ao cristianismo no ano 300, diz: “Só a IGREJA
CATÓLICA é que conserva o verdadeiro culto. Esta é a fonte da verdade;
do qual se alguém sair, está privado da esperança de vida e salvação
eterna” (Livro 4º cap. III).
São Paciano de Barcelona (morto no ano 392) escreve na sua epístola a
Simprônio: “Como, depois dos Apóstolos, apareceram as heresias e com
nomes diversos procuram cindir e dilacerar em partes aquela que é a
rainha, a pomba de Deus, não exigia um sobrenome o povo apostólico,
para que se distinguisse a unidade do povo que não se corrompeu pelo
erro?... Portanto, entrando por acaso hoje numa cidade populosa e
encontrando marcionistas, apolinarianos, catafrígios, novacianos e
outros deste gênero, que se chamam cristãos, com que sobrenome eu
reconheceria a congregação de meu povo, se não se chamasse CATÓLICA?
(Epísola a Simprônio nº 3). E mais adiante, na mesma epístola: “Cristão
é o meu nome; CATÓLICO, o sobrenome” (idem nº 4).
São Cirilo de Jerusalém (do mesmo século IV) assim instruiu os
catecúmenos “Se algum dia peregrinares pelas cidades, não indagues
simplesmente onde está a casa do Senhor, porque também as outras seitas
de ímpios e as heresias querem coonestar com o nome de casa do Senhor,
as suas espeluncas; nem perguntes simplesmente onde está a igreja, mas
onde está a IGREJA CATÓLICA; este é o NOME PRÓPRIO desta SANTA MÃE de
todos nós, que é também a ESPOSA DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO”
(Instrução Catequética c. 18; nº 26).
Santo Agostinho (do séc V) dizia: “Deve ser seguida por nós aquela
religião cristã, a comunhão daquela Igreja que é a CATÓLICA, e
CATÓLICA, é chamada não só pelos seus, mas também por todos os seus
inimigos” (Verdadeira religião c 7; nº 12).
E quando o Concílio de Constantinopla, no ano de 381, colocou, no seu
Símbolo estas palavras: “Cremos na Igreja Una, Santa, CATÓLICA e
Apostólica”, isto não constituía novidade alguma, pois já desde tempo
antiquíssimo, se vinha recitando no Credo ou Símbolo dos Apóstolos:
creio na Santa Igreja CATÓLICA.
Vemos, portanto, na história do Cristianismo, o contraste evidente
entre aquela igreja que veio desde o princípio e logo se espalhou por
toda a parte (Ide, pois, e ensinais todas as gentes – Mt 28, 19) e que
desde o começo foi chamada CATÓLICA, segundo o que acabamos de
demonstrar, e as heresias que foram aparecendo no decorrer dos séculos,
discordando deste ou daquele ponto, inventadas por um homem qualquer,
mas todas levadas de vencida pela Igreja, pois ou desapareceram por
completo ou ficaram reduzidas em número de adeptos que logo mergulharam
no esquecimento.
Chega esta Igreja ao séc. XVI. Aparece então Martinho Lutero,
pretendendo afirmar que esta Igreja está completamente afogada no erro
e é preciso fazer uma reforma doutrinária. Queremos aqui fazer apenas
uma pergunta ao “inspirado” e “esclarecido” Lutero: “Como é que Cristo
deixou durante tantos séculos a sua Igreja mergulhada completamente no
erro, e só no séc. XVI fez aparecerem os “inspirados” e “esclarecidos”
doutrinários da verdade: Onde está a Providência Divina com relação à
obra de Deus que é a sua Igreja?
Se tal desastre se tivesse verificado, então teria falhado
completamente a promessa de Cristo: “E as portas do inferno não
prevalecerão CONTRA ELA” (Mt 16, 18).
“Nem toda a água do rio Elba daria lágrimas bastante para chorar a
desgraça da Reforma” (Melanchton, amigo de Lutero)" (Lúcio Navarro,
Legítima Interpretação da Bíblia).
Católico, tampe os ouvidos diante dos uivos dos lobos que trabalham
furiosamente para arrancar-te do seio da Verdadeira Igreja, não lhes dê
ouvidos, mas lembre-se com freqüência de que Cristo Jesus é o Santo
Fundador da Única Igreja, e por mais que lancem pedras sobre ela,
jamais a destruirão: "Cristo é o único Senhor da Igreja. Ela lhe
pertence, pois é ele quem a edifica. É Pedro, porém, quem lhe guarda as
chaves - para abrir - fechar - cerrar - excluir. Inimigos ardilosos,
que a não conseguiram suplantar em campo aberto - tentarão -
introduzir-se à socapa em seu seio, procurando combatê-la e destruí-la
pelo interno" (Alfred Barth, Enciclopédia Catequética, Vol. II).
Ame,
sirva e defenda a Igreja Católica, Cristo Jesus deu a vida por ela:
"Com a vitória da cruz, ele adquiriu para si o poder e o domínio sobre
todas as gentes" (Santo Tomás de Aquino, Summa Theol., III, 42, 1), e:
"Aquele que, feito homem, se tornara cabeça e senhor da humanidade, ora
resgatou seu povo com seu Sangue - libertou-o - remiu-o - fê-lo seu. O
véu do templo - a antiga aliança - rasgou-se" (Leão I, Serm., 68, 3), e
também: "Amem esta Igreja, sejam essa Igreja, fiquem na Igreja! E amem
o Esposo!" (Santo Agostinho).
Fora da Igreja Católica não há salvação
“Apoiado na Sagrada Escritura e na Tradição, (o Concílio) ensina que
esta Igreja peregrina é necessária para a salvação. O único mediador e
caminho da salvação é Cristo, que se nos torna presente em seu Corpo,
que é a Igreja. Ele, porém, inculcando com palavras expressas a
necessidade da fé e do batismo, ao mesmo tempo confirmou a necessidade
da Igreja, na qual os homens entram pelo Batismo, como que por uma
porta. Por isso não podem salvar-se aqueles que, sabendo que a Igreja
Católica foi fundada por Deus por meio de Jesus Cristo como instituição
necessária, apesar disso não quiserem nela entrar ou nela perseverar”
(Catecismo da Igreja Católica, 846).